Fundada em 19 de outubro de 1890 pelo governo estadual, “Ijuhy”, cujo significado em Guarani é “Rio das Águas Divinas”, marcou o início da imigração na região. Situada no vale do Rio Ijuí, essa área foi uma das últimas do Rio Grande do Sul a ser colonizada. Após a demarcação pelo Governo, a recém-criada Colônia recebeu seus primeiros imigrantes, que se juntaram aos habitantes locais, formando os primeiros residentes da região.
Localizada a 395 km de Porto Alegre, a capital estadual, Ijuhy se destacou por sua colonização multiétnica, em contraste com os projetos anteriores do Governo Federal. Enquanto as “Colônias Velhas” eram predominantemente compostas por uma ou duas etnias, a Colônia Ijuhy foi concebida para abrigar imigrantes de diversas origens, conforme a proposta de formação de colônias mistas.
Milhares de imigrantes, principalmente da Europa, responderam ao apelo de uma propaganda governamental repleta de promessas de liberdade e oportunidades, chegando para formar a “Grande Colônia Ijuhy”. No entanto, a realidade encontrada divergia significativamente das expectativas. Os desafios eram árduos: comunicação limitada, adaptação à mata virgem, recursos escassos e, muitas vezes, pouca ou nenhuma experiência agrícola ou pecuária. Muitos pereceram, alguns emigraram em busca de melhores condições, mas outros permaneceram, formando grandes famílias e contribuindo para o desenvolvimento da colônia.
Através da fé, perseverança e trabalho árduo, esses corajosos imigrantes transformaram o que foi chamado de “Babel do Planalto” pelo padre Antonio B. Cuber, primeiro Pároco Católico da Colônia, em um próspero município chamado Ijuí. Hoje, Ijuí é reconhecida nacionalmente por sua riqueza cultural e mantém seu título de “Colméia do Trabalho” e “Terra das Culturas Diversificadas” na vanguarda.

Texto e fotos https://www.etniasijui.com.br/ijui/a-terra-das-culturas-diversificadas/
Ijuí tem o título de capital mundial das etnias

No cenário cultural do Rio Grande do Sul, Ijuí se destaca como um ponto fulcral de diversidade e intercâmbio étnico. Essa reputação foi oficialmente ratificada em 13 de outubro de 2022, durante o prestigioso Encontro Internacional de Folclore e Artes Populares das Etnias, realizado na sede da União das Etnias de Ijuí (UETI), em paralelo à IIª Assembleia da IOV das Américas.
Nesse evento emblemático, que reuniu representantes culturais de várias partes do mundo, Ijuí foi honrada com o título de Capital Mundial das Etnias. Essa distinção, conferida pelo secretário-geral da Organização Internacional de Folclore (IOV), consagrou a cidade como um epicentro de celebração e preservação das tradições culturais das diferentes etnias que a compõem.
Essa designação não é apenas um reconhecimento, mas também uma validação do compromisso de Ijuí com a promoção da diversidade cultural e o intercâmbio entre os povos. Ao longo dos anos, a UETI tem desempenhado um papel fundamental na preservação e difusão das expressões culturais de diversos grupos étnicos que coexistem harmoniosamente nesta região.
Assim, Ijuí não é apenas uma cidade, mas um verdadeiro símbolo de convivência pacífica e enriquecimento mútuo entre diferentes culturas. Esse título global reforça o papel vital que essa comunidade desempenha na promoção da compreensão intercultural e na construção de pontes entre as pessoas, não apenas em nível local ou nacional, mas também em escala internacional.